Cada vez mais, empresas e iniciativas voltadas a resolver problemas ambientais ou sociais estão surgindo no mercado internacional e nacional. Elas se chamam Negócios de Impacto e, de acordo com a Carta de Princípios para Negócios de Impacto no Brasil, são definidas da seguinte forma:
“Empreendimentos que têm a missão explícita de gerar impacto socioambiental ao mesmo tempo em que geram resultado financeiro positivo de forma sustentável”.
Os negócios de impacto também são chamados de “Setor 2.5” – ficam entre a atuação da Iniciativa Privada (2° Setor) e das ONGs (3° Setor) – e trazem, por meio da oferta de produtos e serviços, soluções para superar desafios sociais e ambientais enfrentados na atualidade.
Os negócios de impacto podem atuar em diferentes ramos de atividades, como cuidados com a saúde, educação, desenvolvimento econômico, serviços humanos, meio ambiente e cultura. Eles se diferenciam das ONGs por serem sustentáveis financeiramente e das empresas “usuais” por terem uma visão que vai além do lucro.
No Brasil, o crescimento e a expansão dos negócios de impacto já é uma realidade
A Pipe.Social é uma iniciativa brasileira responsável por mapear e divulgar o trabalho dos negócios de impacto no país, conectando-os com investidores. A cada dois anos ela realiza um mapeamento dos negócios socioambientais com atuação no Brasil.
Os dados da Pipe.Social tem mostrado uma tendência de crescimento para esse setor.
Recentemente a organização lançou o terceiro mapa de empreendimentos de impacto, e contabilizou mais de 1272 negócios participantes da pesquisa. Dentre os principais eixos de atuação dos negócios de impacto, estão as Greentechs ou Tecnologias verdes.
Quase metade de todos os empreendimentos mapeados pela Pipe.Social foram classificados como Greentechs.
As Greentechs são empreendimentos voltados a mitigar e confrontar algum problema ambiental. Além disso, podem atuar com questões ligadas a Agropecuária, Água e Saneamento, Energia e Biocombustíveis, Florestas e Uso do Solo, Gestão de resíduos, Indústria e Logística e mobilidade.
Dos 536 negócios de impacto ambiental mapeados, adivinhem quantos são classificados como soluções voltadas para o gerenciamento de resíduos sólidos?
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Ou seja, quase 20% dos negócios de impacto mapeados hoje no Brasil buscam solucionar problemas ligados à gestão dos resíduos, o que compreende as etapas de gestão, coleta, separação e reciclagem destes.
De acordo com o mapeamento dos negócios ambientais, 51% dos mesmos estão localizados na Região Sudeste, sendo que 1/3 destes estão concentrados em São Paulo. 11% das soluções ambientais estão localizadas no Estado do Rio de Janeiro.
O mapeamento da Pipe.Social surge como uma esperança para aqueles que ainda perdem noites de sono preocupados com a gestão de resíduos no Brasil. Em um país em que a taxa de reciclagem não ultrapassa os 10% com lixões ativos, perceber um crescimento na quantidade de iniciativas com o objetivo de mudar essa realidade é animador!
Que essa tendência persevere e que essas iniciativas sejam capazes de contribuir para uma gestão mais sustentável dos nossos resíduos e recursos.
Uma ótima notícia para nós!
Fontes: FORÇA TAREFA DE FINANÇAS SOCIAIS, 2015
3° Mapa de Negócios de Impacto – Relatório Nacional 2021
3° Mapa de Negócios de Impacto – Relatório Ambiental 2021
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